domingo, 24 de outubro de 2010

O sofrimento humano x Os propositos de Deus

De que forma o sofrimento humano pode ser usado para demonstrar os propósitos divinos?

1-) Ao desenvolver compaixão (II Coríntios 1:3-5) Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação Que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. Porque, como as aflições de Cristo são abundantes em nós, assim também é abundante a nossa consolação por meio de Cristo.
Esse texto nos ensina algumas verdades acerca do sofrimento: É Deus quem nos conforta no sofrimento. No mundo, nós que somos cristãos, sempre vamos passar por tribulações
(João. 16:33) Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. . Todavia, com Deus, esse estado de “miséria” é aliviado. Por essa razão, no verso 3 Deus é chamado de “o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação”. Deus está sempre disposto e é totalmente poderoso para nos consolar e nos confortar em nossos momentos de angústia e dor.
É Deus quem nos capacita para consolar os necessitados. O sofrimento é uma excelente escola, com ele aprendemos consolar e confortar as pessoas, tal como Deus faz conosco. Nós, seres humanos, somos diferentes de Deus; enquanto Ele conhece todas as coisas sem nunca as ter experimentado, nós só conseguimos aprender a fazer algo através da experiência. Nunca aprenderemos a confortar pessoas a menos que passemos pelo sofrimento e recebamos o conforto divino. Se o próprio Jesus teve de aprender a obedecer pelas coisas que sofreu, tendo de experimentar o sofrimento e a tentação para poder socorrer os que são tentados (Hebreus 2:8), quanto mais nós temos de aprender na prática sobre a consolação divina, para que possamos consolar os que estão sofrendo.
Deus enviou Jesus para que a nossa consolação transborde por meio dele. O apóstolo Paulo aprendeu muito bem a glorificar o merecedor de todas as graças que obtemos de Deus. Como recebemos a capacidade de consolar e confortar, temos de aprender a glorificar a Cristo, pois, afinal de contas, foi ele quem nos a concedeu.
2-) Ao confirmar o valor da fé (I Pedro 1:6,7) Em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo;
O sofrimento pode ser um meio que Deus usa para fazer o crente crescer na sua fé. Pedro diz que o sofrimento é comparado à ação do fogo – A ação do fogo é múltipla. Ele destrói, consome, aniquila; mas a Escritura cita o fogo aqui como um elemento purificador, um elemento que torna o objeto aprovado, aperfeiçoado, confirmado. O processo de confirmação de nossa vida em fé é comparado ao processo de depuração do ouro pelo fogo.
Pedro diz que a confirmação da fé vem por uma gama de sofrimentos. O fogo é sinônimo de sofrimento causado pelas provações: passamos por ele e por meio dele somos confirmados em nossa fé. Os destinatários da carta de Pedro estavam sendo provados com aflições. Não haveriam de sofrer por muito tempo, mas estavam sofrendo para que o valor da sua fé fosse confirmado. O sofrimento tem várias manifestações: Deus permite várias formas para causar crescimento no meio do seu povo. Por essa razão, Pedro diz que os crentes seriam contristados (entristecidos) “por várias provações”. Esse teste de fé está longe de ser uma experiência agradável.
Pedro comenta que o sofrimento para a confirmação da fé vem quando necessário. Nem todos os cristãos que passaram pelo mundo experimentaram os sofrimentos dos quais Pedro falava. Por essa razão ele afirma: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações (...)”. A conclusão que se pode tirar dessa passagem é que nem todos sofrem, porque não é necessário que haja crescimento ou confirmação da fé somente por meio do sofrimento. O sofrimento não é algo inevitável ou necessário.
Pedro diz que o sofrimento para a confirmação da fé não é longo. Mesmo que em certas ocasiões o sofrimento possa vir sobre os cristãos, ele não permanece para sempre. Ele ainda ressalta que os crentes são contristados “por breve tempo”. O sofrimento é de duração limitada. Aliás, não podemos nos esquecer de que a duração curta da provação está em contraste com a alegria de que vamos desfrutar amanhã. Mesmo que o sofrimento dure a noite inteira, a alegria vem pela manhã.
3-) Ao aperfeiçoar o caráter cristão (Romanos 5:3,4) E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
Caráter é: o conjunto das qualidades (boas ou más) de um indivíduo, e que lhe determinam a conduta e a concepção moral(dicionário Aurélio).
Nesse texto, Paulo afirma que o sofrimento é um meio que Deus usa para aperfeiçoar o caráter dos cristãos. Mas, diferentemente da versão Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica Brasileira, há outras versões da Bíblia que traduzem o texto de uma forma diferente. A palavra “tribulações” é traduzida como “sofrimentos”, “perseverança” é traduzida como “paciência” e “experiência” é traduzida como “caráter aprovado”. Assim: Paulo diz que os sofrimentos produzem perseverança – Na língua grega, a palavra “perseverança” pode também ser traduzida por paciência, persistência, constância. Essas são algumas características que se apresentam no homem maduro, que se mantém leal à sua fé e aos seus propósitos, mesmo quando está debaixo das maiores tribulações ou sofrimentos. Em geral, não crescemos quando estamos em plena calmaria de problemas. Em todos os ramos, o desenvolvimento aparece em hora de crise ou sofrimento.
Paulo mostra-nos que a perseverança produz experiência. Essa é parte da reação em cadeia. Assim como os sofrimentos produzem a perseverança (ou paciência, ou constância, ou persistência), esta produz experiência. Na língua grega, a palavra “experiência” pode ser traduzida por “caráter provado”. A idéia é a de alguém que foi testado e saiu vitorioso no teste, tendo desenvolvido um caráter amadurecido pelos sofrimentos.
Ele ainda afirma que a experiência produz esperança. O sofrimento do cristão o conduz à perseverança, à firmeza, à constância e à paciência porque eles são conectados à esperança. Há alguma coisa no final que os faz levantar os olhos e crer na mudança dos acontecimentos. Para o cristão, o sofrimento é o ponto em que o poder da esperança fica cada vez mais claro, ligando o nosso presente ao futuro da vitória, porque para o cristão “os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória que será revelada em nós” (Romanos 8:18).
Caso você esteja passando por momentos extremamente difíceis, saiba que Deus está querendo, com isso, estampar a imagem de Cristo em você e por mais que seja dolorido, vai passar! Creia nisto!!

Deus o abençoe e até a próxima.
Pastor Renato (Ig. Evangélica Irmãos Menonitas de São Paulo)

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